O denominador comum é uma cor. As cores, a luz. Tantas. A cor que faz pensar em mil e uma noites, em aventuras e desventuras, materializa odores e energia.
Os vendedores têm uma humildade intrínseca à comida que vendem. Sabemos que se se disser "lagosta", há uma série de referências inevitáveis. Se pronunciarmos "trufas", mais referências. Os referentes, as referências...
Mas e quando se diz "batatas" ou "milho" ou "pão"? Quais são as coisas que vêm com isso? Que imaginários ou cenários? Muito longe dos outros. Muito provavelmente. Ingredientes prévios. Disseminados. Para acompanhar qualquer coisa. Raramente valem por si... Ou não...
Istambul, parece reunir todos os sabores, todas as cores, nos bazares, nos mercados, nas ruas. Que uma das lições maiores de Istambul é o convício da sumptuosidade e a da frugalidade. Os peixes vêm de noite para as bancas, do rico e do pobre. A carne, os legumes. Os queijos. Os sentidos não dormem, são sentinelas distraídas na festa, donzelas desvairadas com a primavera.
Sem saber muito bem o que está para vir. Sem conseguir antecipar o que sabor.
Não chegam cinco, nem tão pouco um sexto, têm de ser 1001, como as noites que Istambul evoca.
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